segunda-feira, 29 de junho de 2009

ENTRAR NO DALLAS SEM SER NOTADO







É lógico que não vou falar do célebre rancho criado por David Jacobs, na série norte-americana, e produzida pela estação de televisão CBS entre 1978 e 1991. Se a acção que vou contar, ali se passasse, garanto que o fazendeiro milionário Jack Ewing teria dado conta, quanto mais não fosse o seu filho pouco escrupuloso J.R., que, pelo seu carácter, ao lembrarmo-nos dele, imediatamente nos reportamos para aquela pessoa que tão bem conhecemos.
Mas o “Dallas” de que vou falar é um edifício de seis andares situado na Avenida Fernão de Magalhães, aqui, em Coimbra. Pois, acontece que na noite de sábado para domingo, no seu interior, foi assaltado um gabinete de Contabiliadde. É uma ocorrência que só por si já merece comentário, mas, neste caso, o que saliento é que é um prédio com seis andares inteiramente alocado a comércio. Ou seja, ninguém habita este edifício. Todos os pisos são escritórios de serviços, de advogados e no 6º funciona o Rádio Clube de Coimbra.
Cada piso é uma espécie de ilha separado dos demais. Ninguém sabe o que se passa num qualquer andar inferior ou superior. Para além da vítima, no 4º piso, desde o primeiro ao 6º andar, ninguém no prédio tinha notado manobras de arrombamento, nem sequer sabia da ocorrência.
E, tendo em conta os danos colaterais, com recurso a pé-de-cabra, o barulho deveria ter sido ensurdecedor. Além de mais, a porta do escritório de Contabilidade, do senhor Alberto Reis, tem uma fechadura de segurança. “Quando entrei, fiquei aparvalhado com o que vi. Há tantos anos aqui, nunca vi nada igual. Para além da porta de madeira violentada, encontrei todas as gavetas remexidas. Apesar de tudo, neste azar, tive sorte: não me levaram os computadores que são a nossa ferramenta de trabalho. Levaram um telemóvel e cerca de 40 euros em notas. Para além disso, levaram também dois mealheiros com muitas moedas…talvez mais de 200 euros. Nem sei ao certo, eram de prémios do loto que íamos pondo de lado numa pequena caixa”, diz-me o senhor Reis, um pouco conformado com a situação.
Mesmo depois da PSP ter tomado conta da ocorrência, quando lhe pergunto, em termos de segurança, como vê o futuro de um edifício de seis andares, na Baixa, sem pessoas a habitar, sem porteiro, responde: “é verdade que estou preocupado. Tenho de sensibilizar a direcção do condomínio para esta situação. Ou teremos de contratar um porteiro ou optar por câmaras de videovigilância…ainda não sei!”, enfatiza o senhor Alberto Reis.

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