quinta-feira, 23 de abril de 2009

UM CENTRO COMERCIAL SEM RECLAMOS PUBLICITÁRIOS










(IMAGENS COMO ESTA, COMO ESTE NÉON, ESTÁ A DESAPARECER DA BAIXA)



Há dias, em conversa com um profissional de instalação de reclames publicitários, dizia-me ele que no último ano, contrariamente ao seu objecto, o que tem feito é desinstalar publicidade na Baixa.
De facto, dando uma volta pelo centro histórico, constatamos que várias dezenas de estabelecimentos, outrora refulgentes pelos painéis publicitários, em forma de néon ou mesmo em ferro forjado, desapareceram. As lojas, como pano branco na paisagem urbana, não se distinguem das paredes incolores dos imóveis onde estão inseridas. Parecem objectos sem vida, sem alma, uma fotografia desbotada pelo tempo, onde nem os raios solares as fazem extravasar a sua beleza passada. Algumas optaram por colocar a sigla comercial colada nos vidros.
Quando interroguei o instalador de publicidade acerca dos motivos desta razia, sem pestanejar, respondeu: “são os elevados custos que a câmara cobra aos comerciantes pela publicidade”.
Então uma pergunta surge: é ou não necessária a publicidade na paisagem urbana? Num primeiro pensamento até podemos pensar que não. Se calhar a publicidade, sobretudo nos centros históricos, até pode ser um invasor despiciendo no contexto monumental. Mas será assim?
Penso que a publicidade, para além de ser importante para as lojas, é sobretudo fundamental para o contexto urbano. Digamos numa frase, que poderá ser o meio para as distinguir uma das outras e evitar que, no campo visual, todas se tornem iguais. Metaforicamente, é como se de repente todos passássemos a andar nus. Será portanto, na comparação, a roupagem que engrandece e salienta a sua beleza.
Para além disso, num tempo em que a insegurança grassa, estes reclamos iluminavam as ruas e contribuíam para a segurança de pessoas e bens.
Valerá a pena desonerar a publicidade nas cidades a bem do interesse superior de todos? Fica à consideração de quem me ler…

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