segunda-feira, 9 de março de 2009

ESTENDER AS MÃOS ÀS POMBINHAS





Está sentado o velhinho,
estendendo a mão ao pombal,
parece que está sozinho,
numa solidão infernal;
Um filho está no estrangeiro,
outro próximo de Espinho,
nenhum é o mensageiro,
do velho pai coitadinho;
Gosto muito de animais,
muito mais que certa gente,
são muito mais cordiais,
e nunca senti que mentem;
Mas que hei-de eu fazer?
o tempo está como a ceia,
parece bem não me querer,
nas rugas que me presenteia;
Estas pombas que alimento,
e quase que me vêm a mão,
provocam-me um sentimento,
alegram-me o coração;
Há quem não goste de me ver,
e facilmente recriminam demais,
não imaginam, Sabem lá o que é ter
amigos destes tão leais.

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