sábado, 7 de março de 2009

CÂMARA RECUA NO "ZÉ MANEL DOS OSSOS"








(ATÉ O HILÁRIO FICOU DE BOCA ABERTA E OLHOS EM DEUS COM A ATITUDE INICIAL DA CÂMARA DE COIMBRA)


  Aparentemente, ao ler este título, pode parecer uma derrota da Câmara Municipal de Coimbra. Nada disso! Antes pelo contrário. É uma vitória. Significa que a autarquia reconheceu em pleno que o “Zé Manel dos Ossos" é muito mais para a Baixa do que uma simples “casa de pasto”. Esta típica taberna é uma instituição. Este estabelecimento, metaforicamente, é um dos “espíritos” que compõe o centro histórico de Coimbra. Ainda que por analogia, mas, uma coisa é certa, tal como os humanos, as cidades também têm alma.
“Está tudo resolvido, a autarquia foi sensível à nossa argumentação e até extinguiu as coimas”, diz-me o senhor Mário Simões, um dos gerentes desta emblemática casa de comes e bebes. “Agora, com o acordo do senhor “Zé Manel”, também proprietário do prédio”, vamos fazer as alterações necessárias, embora sem mexer nas características naturais deste “museu”, diz-me apontando as centenas de mensagens escritas em papel de toalha nas paredes desta também taberna visitada por nacionais e pessoas de todo o mundo. “Se me obrigassem a retirar esta característica fechava imediatamente e fazia deste espaço um museu. Só quem sabe o que estas paredes encerram pode avaliar”, diz-me emocionado.
“Para além das mensagens escritas nas paredes, temos também dois Livros de Honra, o primeiro com mais de cinquenta anos, onde estão mensagens de pessoas de todo o mundo, desde a Austrália, China, Japão, até aqui ao lado de países da Europa. Às vezes, até eu fico surpreendido, olhe que chegam a vir cá pessoas que aqui estiveram há dezenas de anos. Chegam a ir ao Livro de Honra e ao sítio onde deixaram as mensagens escritas há anos e anos, é impressionante”, diz-me o senhor Mário, embalado na descrição da história desta casa.
O primeiro alvará de Taberna é de 1942 e o de Casa de Pasto é de 1950.
“Olhe, agradeça lá no seu blogue a todas as pessoas que se preocuparam connosco. Foram muitas as que leram a sua notícia e vieram aqui manifestar o seu apoio. E este agradecimento é também para o senhor presidente da junta de freguesia de São Bartolomeu, Carlos Clemente. Sentimos a sua preocupação. São nestas alturas que sentimos ser amados e desejados e o quanto, no meio de todos, somos importantes para a Baixa”, diz-me na despedida o senhor Mário Simões.

2 comentários:

Anónimo disse...

Os habitantes da Lusa atenas devem conservar o ZéManel, o Tapa, o Chelense, o Mijacão, O Viela, O Roque, A democrática e outros emblemas de tascas e casas de pasto conibricenses que praticam preços de crise em tempo de crise. Viva a LATA e os roteiros das tascas

Grilo disse...

De facto, é uma vitória da C.M.C., já nos finais da década de 60 quando andava na tropa lá degustava os ossinhos do Zé Manel, que tinha um sinal especial para informar quando lá se encontrava algum "Bufo da PIDE" porque ele tinha de se dar com todos, mas quando havia o dito sinal ninguém falava em política, esta casa é outras do género são emblemáticas em Coimbra, conheço muito bem o Mário Simões e ele também me conhece, claro que tem feito um enorme esforço para se manter, depois da edição do livro a Câmara deve apoiar etes estabelecimentos, as tabernas de Coimbra devem manter-se.