terça-feira, 24 de março de 2009

BAIXA: OS VÂNDALOS DO GRAFITTI

(TODOS ESTES PRÉDIOS LEVARAM O SELO DA CAMISINHA)




(ESTA OURIVESARIA, NA RUA MARTINS DE CARVALHO, FOI "PICHADA" ESTA NOITE)

(ESTE PRÉDIO, NO LARGO DA MARACHA, ESTÁ ABANDONADO HÁ MAIS DE 4 ANOS)

(ESTE PRÉDIO, NO LARGO DA FREIRIA, ESTÁ ABANDONADO HÁ CERCA DE 3 ANOS)


A zona histórica acordou hoje com várias paredes grafittadas. Noutras grandes cidades, nomeadamente Lisboa e Porto, estes acontecimentos são meramente banais. Porém, em Coimbra, se excluirmos a parte Alta da cidade, onde o grafitti, com as suas frases de contravenção, tentando interferir na convivência urbana ou nacional, sobretudo com frases escritas em paredes contra as reformas sucessivas do ensino e contra o pagamento de propinas no ensino superior, esta vaga de murais pintados na Baixa é coisa nova, que deixou os comerciantes apreensivos.
Saliento que o “Grafitti”, ou “pichação”, ao longo do tempo tem gerado grande controvérsia. Para uma grande maioria é simplesmente o pintar paredes com sprays, para outros, embora já ganhando terreno, é considerada como uma forma de expressão pictórica, incluída no âmbito das artes visuais, e aceite como arte urbana. Segundo a Wikipédia, o mais célebre “grafitteiro” foi Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos de 1970, despertou a atenção da imprensa nova-iorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados. Posteriormente Basquiat foi reconhecido como um dos mais significativos artistas dos finais do século XX.
Evidentemente que se estes novos “pintores de murais” pintassem os imensos prédios abandonados da zona monumental todos estariam de acordo. Acontece que pintaram fachadas em pedra. Ora, a ser assim, provocando prejuízo a terceiros, mesmo balanceando entre o vandalismo e a arte, inclinamo-nos a classificar esta manifestação pictórica como terrorismo urbano. Penso que, perante este acontecimento, e antes que tome proporções sem controlo, a autarquia tem uma boa oportunidade de salvaguardar o centro histórico e proteger as três partes: basta obrigar os donos dos vários prédios abandonados na Baixa a entaipá-los. É uma vergonha escandalosa o estado de abandono destes imóveis. Estes tapumes seriam exclusivamente para os “grafitteiros” expressarem a sua veia artística.
Segundo o testemunho de alguns comerciantes descontentes, “já tínhamos os assaltos durante a noite, agora, só nos faltava mais isto! Está visto que, durante a noite, a Baixa é terra de ninguém, está entregue aos vândalos”.
Diz outro, no meio de um a gargalhada, salientando a coincidência: “Ó pá, já viste? –mostrando-me a página 30 do Diário de Coimbra. Foi preciso aquela marca de tintas, presente na feira de engenharia, lançar produtos anti-grafitti para começar este vandalismo na Baixa”.
Não preciso de dizer que não tenho dúvidas de que estes dois acontecimentos foram mera coincidência. Mas uma coisa é certa é preciso tomar providências.

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