terça-feira, 31 de março de 2009

ATÉ UM DIA DESTES PADRE CARLOS...




Foi só hoje, ao desfolhar o Diário de Coimbra, que através do anúncio da celebração da missa de sétimo dia, que soube da morte do padre Carlos Alberto Gomes de Carvalho.
Este homem, que em vida conheci pessoalmente, foi uma pessoa muito grada e querida na paróquia de Santa Cruz, aqui na Baixa de Coimbra. De voz bem timbrada –inconfundível, diria-, como barítono, não deixava ninguém indiferente. Algumas vezes o ouvi na Igreja de Santa cruz, nos sermões, sempre duma lucidez impressionante. A sua voz, como mensagem divina, ecoava pelo templo como se tivesse vida própria, como se houvesse uma ligação perfeita, uma simbiose, entre a voz e aquelas pedras centenárias. Engraçado como podemos, ao longo do tempo, recordar o timbre da voz de alguém. Pessoalmente, contactei algumas vezes com ele. Durante anos, pelo Natal, vinha sempre comprar uma prenda para um casal seu amigo e que também conheço bem. Pedia-me, então, que o ajudasse a escolher. Recordo-o pela sua forma humilde de estar. Como um homem simples, de personalidade bem vincada, ouvia-me e aceitava a minha opinião.
O padre Carlos, na Igreja de Santa Cruz, foi vigário-cooperador, em funções de substituição, durante uma década, desde 1990. “Desde quando se aposentou do ensino”, segundo me conta o senhor Manuel Tomé, também colaborador na mesma igreja e que privou de perto com este saudoso pároco. Quando lhe pergunto como o achava como pessoa, diz-me: “Era um bom homem. De personalidade muito forte. Para quem não o conhecia era um pouco frio. Era directo e sem papas na língua. Dizia o que tinha a dizer. Doesse a quem doesse. Não ia na cantilena de algumas beatas. Primava pela honestidade”, conclui o senhor Tomé.
Apesar de conhecer o extinto padre Carlos, gosto de ouvir a opinião de quem trabalhou muitos anos com ele. Falei também com António José, também colaborador da Igreja de Santa Cruz: “Era uma pessoa amiga, extrovertida, por natureza bem-disposto, sempre pronto a ouvir. Era de uma personalidade impressionantemente forte”, diz-me António José.
O padre Carlos foi pároco em São Martinho da Cortiça, Tentúgal e Sé Velha. Aqui, nesta paróquia da Alta, por alturas do 25 de Abril de 1974.
Interroguei também uma senhora colaboradora da Igreja para me dar a sua opinião sobre o homem/padre. Sob anonimato, diz-me: “Era uma pessoa directa, sem rodeios. Era frontal e frio. Não utilizava “graxa”. Era um homem que, apesar da sua aparente distância, se interessava por tudo, pela resolução de problemas da vida de quem a ele recorria. Quase sem querer, pela sua honestidade, gostávamos imediatamente dele. Era uma pessoa de acolhimento profundo e em quem podíamos confiar. Desempenhava muito bem o seu papel de padre guardião de almas. Dava um rosto de humanidade e tornava a instituição igreja mais acolhedora –porque (sabe?) às vezes a igreja é muito cinzenta”, confia-me, quase em segredo esta senhora.
O padre Carlos ainda celebrou missa na Igreja de Santa Cruz no dia 22, deste mês de Março. No dia seguinte, a 23, teve um AVC, Acidente Vascular Cerebral e veio a falecer no dia 26 à tarde.
À família enlutada, neste momento de dor, apresento os meus tardios pêsames.
Para o Carlos, o padre amigo, onde quer que esteja, que descanse em paz.
Até um dia destes amigo…

segunda-feira, 30 de março de 2009

UC: A (IR)RESPONSABILIDADE DE UMA INSTITUIÇÃO


(ESTA FOTO É APENAS UMA SIMPLES HOMENAGEM A UM GRANDE ARTISTA QUE SE PERDEU)


 Recebi um comentário de uma senhora dos Açores, mãe de um malogrado estudante da Universidade de Coimbra, que em Maio de 2008, por alturas da Queima das Fitas, se suicidou. Nessa altura escrevi aqui no blogue um texto sobre este nefasto acontecimento.
Para não provocar mais dor a esta mãe de sangue, que, na primavera da vida, sem explicação plausível, viu partir a “carne da sua carne”, não vou referir o nome. Acrescento apenas, sem favor, que, para além de ter sido um fotógrafo de extrema sensibilidade, se não fosse este incidente triste, muito teria dado às artes de retratar a realidade que nos cerca.
Já em Maio do ano passado, nesse meu “post”, chamava a atenção para o facto de na Queima das Fitas –que, como sabemos, a edição deste ano, se aproxima a passo rápido- acontecerem todos os anos vários suicídios de estudantes da Universidade de Coimbra. Embora a Universidade tenha um serviço de SOS-Estudante –com o número de telefone 808200204- desde 1997, sabe-se que a este apoio poucos estudantes recorrem.
E perante as mortes (anunciadas) que ocorrem todos os anos o que faz a Universidade de Coimbra? Nada. Ora é aqui que está o fulcro da questão. A universidade, enquanto instituição pública de formação intelectual deveria preocupar-se mais com os alunos e não o faz.
Não se pense que eu falo por falar. Que tenho apenas informação e nenhum conhecimento. Nada disso. Andei lá até há três anos e sei o que por lá se passa. A relação entre professores e alunos é tão fria que nem o novo programa do governo para adesão aos painéis solares vai resolver seja o que for. É evidente que, como em tudo, há excepções, mas são poucas. Um aluno para um catedrático, regente da cadeira, é uma besta. Admite-se que em pleno século XXI, numa faculdade onde se ministra, para além do conhecimento, a tolerância, o trato e a intervenção pública, os alunos sejam tratados como coisas? Evidentemente que falo da Faculdade de Direito, que, a meu ver, mais responsabilidade social deveria ter na formação de advogados e futuros magistrados.
Poderia contar alguns casos que se passaram comigo, mas para que não se pense que falo porque estou ressabiado –e estou mesmo, assumo-o- contarei apenas um caso de um aluno meu conhecido que ilustra bem o que pretendo demonstrar. Há dois anos, em Julho, este meu amigo foi fazer uma oral. Como era verão, apresentou-se de bermudas e chinelos. Quando foi chamado para o exame, o regente da cadeira, demais conhecido e com um ego que não cabe no país e muito menos em Coimbra, ostensivamente mirou-o de alto a baixo. “Só pela forma provocadora e fulminante como ele me olhou senti-me logo intimidado. Vi logo que estava chumbado”, disse-me na altura o meu jovem amigo.
O tal regente da cadeira, do alto da sua importância majestática, fez a primeira pergunta. O aluno começou a “gaguejar”. O doutor nem o deixou acabar. Com ar de gozo, atira-lhe: “Olhe lá, o senhor é do Alentejo, não é verdade?” Perante a anuência do meu amigo, continua: “então faça-nos um favor, vá para lá guardar cabras, que é lá o seu lugar”. E acabou ali o exame oral do meu jovem amigo.
Servirá para alguma coisa dizer que este doutorado cometeu uma ilegalidade? De nada vale, evidentemente.
Sei de várias alunas que sofreram “esgotamentos”, e muitas outras que mudaram de curso e de universidade. É quase cruel a forma como são submetidos os alunos a este tipo de ensino quase medieval. Ninguém questiona um discípulo porque não consegue entender o que se pretende. E porquê? Porque, pessoalmente, tenho quase a certeza de que mesmo os professores não sabem o que querem. E, assim sendo, é evidente, como podem explicar algo que não sabem? Costumo dar este exemplo metafórico um bocado estúpido: mandam os alunos apanhar pedras, mas não dão mais especificações. Então, acontecem coisas do arco-da-velha, como não conhecem os parâmetros desejados, aparecem alunos com pedras às costas com mais de cem quilos e outros com pedrinhas de um grama. É assim mesmo. Ninguém sabe, concretamente, o que se pretende. Aparentemente, corre nos corredores que, tal como na Ordem dos Advogados, a intenção é tornar o ensino e as formalidades tão “catatónicas” para que mais de metade desista, ou então continue lá inscrito e não consiga fazer nenhuma cadeira –esta é uma das razões para o chumbo do Tribunal de Contas ao défice da Universidade pelas propinas não pagas na ordem dos 2,6 milhões de euros.
É incrível! Como é que passados mais de um século, da “Geração de 1870” e depois do “In Illo Tempore” de Trindade Coelho, a Universidade de Coimbra, e sobretudo o seu ensino anacrónico, em vez de realçar o que melhor há nos alunos, continue virada para fomentar as depressões individuais.
Se tanto se fala na avaliação dos professores (do Secundário) porque não são avaliados os do Ensino Superior? O caricato disto é que estes professores-doutores, péssimos “ensinadores”, até se dão ao luxo de “botarem faladura” em jornais diários contra os colegas do secundário. É simplesmente ridículo.
No meio disto tudo, quem mais sofre, como é o caso desta senhora dos Açores, são as muitas mães que perdem os seus filhos no dealbar da vida e, ainda mais, por um ensino vergonhoso, que é uma causa perdida.
Para esta mãe, e para tantas outras, o meu lamento profundo.
O que peço a estas pessoas, que provocam a morte por suicídio a tantos jovens, que no seu autismo nem se apercebem, é que arrepiem caminho e que tomem consciência que o poder ou estatuto é uma ilusão. Quando envelhecerem, ou se jubilarem, um ano depois, já ninguém os conhece, a não ser pelas tropelias que fizeram aos alunos, e, tal como qualquer um, vão acabar entre quatro tábuas. A única diferença, na hora do funeral, será o som da cabra (sinos da Universidade) a ecoar por toda a cidade.

É TÃO GIRO TER UM MINI...(ONTEM E HOJE)


sábado, 28 de março de 2009

PARABÉNS Ó BEIRAS

(A PATRÍCIA ESTÁ LINDA, NÃO ESTÁ? POIS ESTÁ! COMO ESTAVA NOS "STATES", E NÃO PUDE ESTAR NA FESTA, PÁ!, TIVE QUE ME PÔR À VIDA E GAMEI ESTA FOTO NO BLOGUE "PIOLHO DA SOLUM". ESTE ACTO, VINDO DE MIM, QUE ME TENHO EM TÃO GRANDE CONTA- É FEIO, NÃO É? POIS É!)





Quando estiver para morrer, qualquer dia –espero sinceramente que seja depois de você que me lê-, na hora do balanço final, quando estiver a contabilizar as poucas coisas de jeito que fiz, em contraponto com as más, de muita coisa me vou arrepender.
Mas uma delas…(até me custa escrever…palavra de honra)…não me perdoo, ter faltado ao aniversário do Diário as Beiras. Foram cartas, foram e-mails, foram telefonemas, foram recados –através de gente importante da cidade- todos a me convidar para ir ao Casino da Figueira à Gala dos 15 anos do jornal. Mas eu não podia ir. Eu sou vegetariano. Então como é que fazia? Ia pedir uma ementa especial para mim? Claro que não! Tive que denegar o convite. O mais grave nem foi a negação, o pior foi a mentira. Tive de dizer que estava convidado pelo Obama, para a Casa Branca. Fui obrigado a dizer que o meu amigo presidente democrata dos States me tinha chamado de urgência para me ouvir sobre política económica mundial.
Foi chato, esta desculpa, não foi? Pois foi! Também acho. Escusado será dizer que os “coitados” do jornal acreditaram logo. Nem era difícil. Eles conhecem bem o “tu lá, tu cá” do Obama para com a minha pessoa. Sabem que vou muitas vezes a “Washingtoon” no jacto da Casa Branca.
Bolas! Mas é chato não é? Palavra de honra, tenho um peso na cabeça. Será do cabelo? Espero bem que não seja outra coisa qualquer…
Pode ser que eu dure muitos anos, e, com o tempo e o meu sincero arrependimento, este peso de culpa desapareça.
Bom, mesmo assim, para branquear a minha consciência, vou deixar um poemazito ao jornal e ao seu pessoal.

PARABÉNS BEIRÃO

Então seu malandreco beirão
-15 anos, quem diria?-
ainda ontem nasceste,
fruto duma relação,
de amor entre amantes,
quase de rebeldia,
entre a tua mãe-cidade
e o teu pai “Toino”Abrantes;
Esqueceste o Dâmaso, o Eduardo?
foi o teu educador,
ensinou-te a dar o primeiro passo,
lembras-te daquele brocado,
daquele fato sonhador,
que vestia o Travassos,
quando foste baptizado,
na igreja do Vigor?;
Como cresceste amigão,
estás um lindo rapaz,
um adolescente feliz,
que ama com o coração,
com o azul-céu da paz,
és um bonito petiz,
astuto, cheio de razão,
vais longe, sei que irás;
Continuas bem rodeado,
de gente leal e sabedora,
desde o Marques ao Figueiredo,
estás bem assessorado,
até à Macário redactora,
ou a Patrícia sem medo,
és um sortudo danado,
na chance de tanta lutadora.

UM TURISMO QUE SOFRE DE RAQUITISMO?




Segundo o Diário as Beiras, “O turismo, em Coimbra, está atrasado, em relação a outras cidades”. Quem o diz é o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Encarnação”.
Perante esta afirmação, naturalmente perguntamos: se está diagnosticada a doença –embora fiquemos na dúvida se será raquitismo, mongolismo, autismo- que vacina vai ser utilizada na cura? Segundo as declarações do autarca, na sessão de encerramento da Semana Internacional da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), tudo indica que vai continuar com “aspirinas”. Pelo menos é o que se entende das suas declarações, perante Luís Alcoforado, do Turismo de Coimbra: “a indústria do turismo continuará a ter grande expansão a nível mundial. Precisamos de ter instalações com capacidade para atrair, investir no melhoramento do ambiente da cidade, de forma a podermos receber turismo de lazer e organizar mais eventos culturais e desportivos”.
Comecemos pelas referidas instalações, a quem compete criá-las? Erguer uma grande infra-estrutura na cidade que pudesse albergar cerca de dez milhares de pessoas –como por exemplo, um grande pavilhão multiusos- não era uma promessa eleitoral do PSD para Coimbra em 2002? E daí para cá, o que foi criado? Pavilhõeszinhos (o de Portugal, no Parque verde e o multiusos do Dolce Vita, cedido em contrapartida pelo grupo Amorim).
Nos referentes aos eventos desportivos, Coimbra tem um grande estádio de futebol, Estádio Cidade Coimbra, que, tal como o Mondego, com uma imensa bacia hidrográfica em frente à cidade, não lhe retira quase nenhuma aplicação prática de benfeitoria. O estádio da cidade, pago por todos nós, é um elefante branco, que, para além de uns quantos jogos da Académica, não serve para mais nada. Depois do falhado negócio entre a autarquia e a TBZ, na gestão desta mega-estrutura do Calhabé, em que esta empresa, em dificuldades económicas, actualmente, se encontra em plano judicial de recuperação financeira.
Mas às vezes nem é preciso construir grandes obras, basta ter imaginação. E quando falo nisso, vem-me logo à memória Óbidos.
Coimbra, se repararmos tem tudo. Tem património natural –que cuida mal, como é o caso do abandono e da intenção de construir uma ponte por cima do Choupal-, tem rio (mal aproveitado), tem mar, a cerca de quarenta quilómetros, tem monumentos -com um centro histórico decadente e mal cuidado-, tem um património comercial ímpar –mas que os guias turísticos não conhecem.
É de décadas o choradinho de que Coimbra não tem turismo porque não tem instalações hoteleiras condignas. Afirmava-se isso, nos anos de 1980, quando haviam apenas quatro hotéis. Hoje a cidade tem uma dúzia de grande qualidade, e mais dois vão ser construídos, e tudo continua como dantes, o mesmo fado desgraçadinho.
Eu acho que a cidade, como o país, sofre da síndrome de “tudo em grande” ou complexo do “pé descalço”. Passa a vida a reivindicar mastodônticos projectos…para acabar por construir mini-projectos -vejam o caso dos multi-usos, ou da piscina que está a ser construída no outro lado do rio.
Mas, depois passa-se uma coisa engraçada (sem graça), se consegue realizar as suas aspirações de construir grandes estruturas de apoio, não lhe sabe dar utilidade porque foram mal planeadas, assentes em premissas erradas –como é o caso do Estádio Cidade de Coimbra, do Metro de Superfície e dos vários pólos Universitários, quando a população estudantil está a decrescer.
Despreza as coisas pequeninas. Por exemplo, a cidade não tem um “Ciber-espaço” de Internet, apesar de, salvo erro, continuar a ser referenciado no roteiro como sendo na “Casa Aninhas"…que encerrou há mais de um ano.
O turismo deveria ser parte integrante de tudo o que se faz na cidade, através de visitas guiadas, na área industrial, como por exemplo a doçaria, o ferro forjado, a olaria, a latoaria, o vime, as fábricas de louça pintada de Coimbra, etc.
A autarquia, de acordo com o Turismo de Coimbra, deveria criar um roteiro de “Estabelecimento Tradicional”. Nesta classificação estariam os estabelecimentos comerciais mais antigos da cidade, alguns com ramos comerciais em vias de desaparecimento, assim como outros que pela sua peculiaridade o justificassem. Algumas tascas, alguns restaurantes, etc. Obrigatoriamente deveriam ser visitados pelos guias turísticos.
Um dos problemas da cidade, e comparando com a minha alguma/pouca experiência de viajante, é que não são valorizadas as minudências, naquilo que é o seu património genético. No fundo, o que a urbe de melhor tem. Os grupos de turistas passam a correr como se fossem em estafeta. Parece que o que conta (para os guias turísticos) é apenas a monumentalidade e absolutamente mais nada.
É preciso mudar os conceitos turísticos de cidade…para quem a “vende”.

AMANHÃ MUDA A HORA




Mais logo, quando for 1 hora da manhã, não esqueça, rode os ponteiros para a frente para as 2 horas.
O que é que havemos de fazer? Se tudo aumenta, naturalmente que a hora não foge à regra. No limite, você até pode dizer que não é aumento nenhum. O que se trata, isso sim, é de uma deslocalização. Os conceitos não sei. O que posso dizer é que mais uma vez o governo até neste aumento da hora, ou deslocalização, meteu a colherada. Mais uma vez ficamos a perder. Amanhã vamos receber um dia apenas com 23 horas. Está certo isto? Claro que não! A quem nos vamos queixar? Quem nos paga uma hora a menos de sono? Depois, eu tenho outro grande problema, como é que vou explicar ao Hermegildo, o galo que me desperta todos os dias à mesma hora a cantar, que o horário em que ele mostra os seus dotes artísticos mudou? É claro que ele não vai acreditar. Às tantas ainda vai dizer, a cacarejar, que estes humanos são uns doidos. E, provavelmente, já vi: isto vai dar arroz de cabidela, só pode!
Um dia com 23 horas? Onde é que isto já se viu? Isto é especulação pura. A ASAE deveria intervir. Não acha?

EDUCAÇÃO BÁSICA PARA TODOS



“SÓCRATES E FERNANDA CÂNCIO VAIADOS NO CCB”

Segundo o Expresso, “O primeiro-ministro, José Sócrates, e a jornalista Fernanda Câncio receberam uma vaia geral quando entraram esta noite atrasados no grande auditório do Centro Cultural de Belém (CCB). É que os espectadores ali presentes não gostaram de ter de esperar a chegada de Sócrates para se dar início à ópera Crioulo, que, por causa do sucedido, atrasou meia-hora”.
Continuando a citar o semanário, “O Expresso soube, no entanto, que o primeiro-ministro esteve à espera do seu homólogo cabo-verdiano, José Maria das Neves, o que terá justificado o atraso”.

Um mau exemplo. São estes pequenos nadas que marcam toda a diferença. Quando é que quem gere estes espaços de cultura, e outros, se capacita que o primeiro-ministro, ou o presidente da República são pessoas iguais a qualquer um de nós? Com os mesmos direitos, mas com mais obrigações. Institucionalmente são diferentes na responsabilidade que carregam nos ombros, por isso, deles, se espera um melhor exemplo (do que este) para os nossos filhos e netos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

"OPERAÇÃO VISIBILIDADE" (E CHARME) DA PSP




Hoje, na Baixa, quer durante a manhã, quer durante a tarde, para além de ser em número anormal, andavam vários agentes da PSP vestidos com blusões reflectores.
Estranhei o facto, pelo menos durante a tarde, e só de uma assentada, contei cinco cívicos nestas ruas estreitas –aos outros dias, habitualmente, andam apenas dois em todo o centro histórico. Por fonte que pediu o anonimato, vim a saber que se trata de uma operação quadrimestral-nacional, sobre o nome de código "Nós providenciamos segurança". Segundo a minha fonte, as ordens vieram directamente do ministro da Administração Interna, Rui Pereira. O Comandante interino da PSP de Coimbra, recebeu ordens para “equipar” os seus homens com coletes reflectores, numa operação de visibilidade à população coimbrã.
Ora, como se sabe, a Polícia de Segurança Pública não tem efectivos para além dos que dispõe diariamente. Então, reflictamos, e tentemos dar explicação para a multiplicação dos agentes em cima do acontecimento. Como na PSP na existe nenhum Cristo, como explicar o milagre? Facilmente: os agentes que andam hoje por aqui na Baixa são da “Escola Segura”, “técnicos” de secretaria e outros habitualmente designados para serviços de manutenção às oficinas.
Então, perante este milagre, pergunta-se, se hoje, graças à ordem do ministro, foi possível retirar pessoal que se ocupa diariamente da burocracia e serviços de manutenção, por que não nos outros dias igualmente? Como não tenho o telemóvel do ministro Rui Pereira não posso perguntar-lhe. Se você, leitor, tiver, pergunte-lhe por mim. Pode ser?

VOZES, RUÍDOS E TROVÕES INSTITUCIONAIS




“Caso Freeport: Marinho Pinto acusa Polícia Judiciária de manipulação”, in Jornal de Notícias online (JN) de hoje.
A determinado passo, e continuando a citar o JN, é dito: “A carta anónima que incriminou Sócrates foi combinada com a PJ. (…) Nesse despacho, a procuradora (Inês Bonino, do Ministério Público) diz claramente que a carta nunca foi anónima. A PJ reunia frequentemente com o sujeito que a escreveu. Eram reuniões em que participavam também jornalistas da revista “Tempo” e políticos –um deles era da Assembleia Municipal e estava em vias de perder as eleições, o outro era o deputado do PSD Miguel Almeida, ex-chefe de gabinete de Santana Lopes– e todos criticavam o PS. Então, a coordenadora da PJ de Setúbal, Maria Alice Fernandes, sugeriu que alguém lhe enviasse as críticas sob a forma de carta anónima. A procuradora, diz ainda (Marinho Pinto), de forma clara, que havia interesse em denegrir a imagem do agora primeiro-ministro”, diz ao JN o bastonário dos Advogados.
Já todos nos habituámos aos disparos de canhão de pólvora seca –isto é, sem consequências- de Marinho Pinto. Porém, o que hoje é transcrito pelo JN é, quanto a mim, de uma tal gravidade desmesurada que, no momento em que os portugueses têm a justiça, esta acusação não pode, como as outras ficar perdida no éter.
Das duas uma: ou o Procurador da República manda investigar com carácter de urgência e, caso se prove a atoarda, o bastonário deve sentar o rabinho no mocho por difamação agravada, ou então, se seguir a mesma linha de anteriores afirmações, em que tais “bojardas” são classificadas de âmbito estritamente político, mais uma vez a justiça portuguesa cai no charco da chafurdice.
Porque, admitamos que tais afirmações são verídicas, é muito grave. Uma procuradora do MP, um qualquer outro magistrado, um qualquer agente de polícia que sugere o recurso à carta anónima deveria ser sancionado gravosamente. A carta anónima é própria de cobardes sem qualquer respeito por si mesmo e muito menos por outrem. Um Estado que admite este recurso para iniciar investigações não é “pessoa de bem”. É um instigador da corrupção ética e comportamental.
Ainda em 26 de Janeiro deste ano, João Batista Romão, Director Nacional Adjunto da Polícia Judiciária do Porto, em entrevista também ao JN, afirmava preto no branco: “Passou-se ao exagero. Há muita denúncia que não tem fundamento. Que chega-se à conclusão que é tudo falso. Isso atrapalha processos importantes porque não há tempo. Não se consegue dar resposta. Em 100 denúncias, por regra, 80 não correspondem à verdade”.
Perante estas afirmações de um magistrado e Director da PJ o que espera o governo para acabar com as denúncias sem rosto? É difícil? Penso que não. Seria apenas alargar o “estatuto do arrependido” e aplicá-lo a um qualquer denunciante que o solicitasse. A sua identidade seria mantida em segredo, embora as autoridades soubessem a sua identidade. Aliás, a investigação só teria a ganhar porque a determinado passo do inquérito é necessário consultar o denunciante e tal “demarche” torna-se impossível pelo desconhecimento do autor.
Claro que se se falar neste propósito a qualquer magistrado do MP, logo, vai dizer que tem de ser assim, em virtude do Código Penal contemplar indemnização por denúncia caluniosa. Mas, e o que acontece agora? O denunciado inocente pode demandar o caluniador? Claro que não. Ou seja é um falso argumento.
Portanto, investigue-se depressa as afirmações do Bastonário dos Advogados e, a bem da Nação, a bem de todos nós, de alguma dignidade que ainda nos resta, acabe-se com este cobarde acto institucionalizado, próprio dos Estados ditatoriais ou terceiro-mundistas.

quinta-feira, 26 de março de 2009

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (O ESTADO DA BAIXA...)



Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "O ESTADO DA BAIXA...NUM RAIO DE CEM METROS":

Ex. mo Senhor;

Dirijo - me a si, porque, não obstante não o conhecendo pessoalmente, já muito e bem, ouvi falar da sua pessoa e do quanto meritórios e louváveis têm sido os seus contributos para o melhoramento da cidade, máxime, a baixa em que vivemos.
Tem este comentário em primeiro lugar a intenção de o felicitar pela iniciativa e pelo altruísmo, já que do bem público se trata da mesma e por outro, para deixar registo do meu humilde testemunho.
Apesar de patrimonialmente me ligarem poucos interesses à baixa é com muita mágoa que constato o estado que a mesma regista bem demonstrado nos registos fotográficos do artigo.
Apesar de mais novo que o senhor, licenciado em Coimbra, recordo na década de 80, o gozo desanuviante do stress do estudo, que me dava, após uma frequência ou exame, passear, muitas vezes altas horas da noite por essas ruas da cidade.
E no regresso das discotecas que bem sabia o pão quente de uma padaria, que presumo situada na Rua Direita!
Agora caro amigo, nem de dia consigo andar na baixa quanto mais á noite! Razões e culpados, são muitos e fáceis de identificar;
1 - Poderes políticos que decidiram instalar e patrocinar um sem número de sem abrigo e indigentes nessa zona nobre da cidade (registam e investigam de dia, para roubarem e vandalizarem á noite);
2 - Policia Municipal que persegue quem quer trabalhar e produz riqueza e pactua, muitas vezes fechando os olhos, com quem destrói a riqueza produzida e o património histórico;
3 - Policia Pública que demitindo-se dos seus deveres públicos e funcionais, fecha os olhos e assobia para o lado na tentativa de não ver aquilo com que o cidadão comum, não tendo esse dever, é obrigado a confrontar-se.
Por falta de mais espaço termino apenas dizendo; por dever de oficio vejo-me quase diariamente na necessidade de passar na Praça do Comércio.
Nem imagina, caro amigo, a revolta que me dá, ver toda a parafernália de imundice junto à soberba e vetusta Igreja de S. Tiago. desde garrafas de cerveja e dejectos de humanos, se é que de humanos se trata, tudo constitui achincalhamento e instrumento de destruição do bem público.
Solução caro amigo;
temo ser acusado de radical, mas tratamento de quem não se quer tratar, caridade para com quem destrói propriedade dos caridosos, amizade e solidariedade para quem rouba e vandaliza (aquela dos graffitis é de bradar aos céus!) não fazem mais sentido!
Estou crente que só com brigadas de cidadãos de defesa do património e da segurança colectiva e após a ocorrência de algo mais trágico, a situação poderá começar a inverter.
Até lá meu amigo, não desista, coisa que eu, lamentavelmente, já fiz há muito tempo.
Um abraço de quem o irá, com muito gosto, continuar a acompanhar.

Publicada por Anónimo em Questões Nacionais a 26 de Março de 2009 16:48

OS FERROS DE COIMBRA


(LARGO DA FREIRIA)


(RUA DA GALA)


(RUA FERREIRA BORGES)


Coimbra, para além do fado, foi a capital da olaria e do ferro forjado. Basta lembrarmo-nos de grandes mestres como Daniel Rodrigues, Lourenço Chaves de Almeida e Pompeu Aroso. Apenas para citar os maiores na arte de serralharia.
Como sabe a última casa que o martelava foi a Lumel e encerrou há cerca de três meses. Da olaria nem falo...é uma desgraça!
Deixo-vos estas imagens belíssimas do ferro martelado a fogo, que pode encontrar na Baixa, numa rua estreita, ou larga, que, aposto, você passa quase todos os dias…

O ESTADO DA BAIXA...NUM RAIO DE CEM METROS

(LARGO DA MARACHA -PRÉDIO ABANDONADO HÁ MAIS DE 4 ANOS)

(LARGO DA FREIRIA -PRÉDIO ABANDONADO HÁ MAIS DE 3 ANOS)

(RUA DA FORNALHINHA)

(LARGO DA FORNALHINHA)

(LARGO DA MARACHA)

(LARGO DA MARACHA)

(RUA DA GALA)

(RUA DA GALA -VEJA O PERIGO QUE PODE RONDAR A SUA CABEÇA)

(RUA PAÇO DO CONDE)

(RUA ADELINO VEIGA -CASA ONDE VIVEU, E MORREU, O POETA)

(PRAÇA DO COMÉRCIO -PRÉDIO EMBARGADO HÁ MAIS DE 3 ANOS)

(RUA DE SARGENTO-MÓR)

(RUA DE SARGENTO MÓR)

(ESCADAS DO GATO -PRÉDIO ENTAIPADO HÁ CERCA DE 3 ANOS)

(LARGO DA PORTAGEM)

(LARGO DA PORTAGEM)

(RUA FERREIRA BORGES -A HISTÓRIA DA BRASILEIRA EM "LIQUIDAÇÃO")

(RUA FERREIRA BORGES)

(RUA FERREIRA BORGES)

(RUA FERREIRA BORGES)



(RUA FERREIRA BORGES -SEDE DO BLOCO DE ESQUERDA)

(RUA VISCONDE DA LUZ)


(RUA VISCONDE DA LUZ)

(RUA VISCONDE DA LUZ)

CLIQUE EM CIMA DAS FOTOS PARA AUMENTAR E VEJA, PARA ALÉM DO ESTADO LASTIMOSO DOS EDIFÍCIOS, OS IMENSOS VIDROS PARTIDOS. É O DESLEIXO PURO E SIMPLES DE TODOS...
METAFORICAMENTE, SE A BAIXA FOSSE UMA PESSOA COM SENTIMENTOS CHORARIA RIOS DE LÁGRIMAS PELO ABANDONO A QUE ESTÁ VOTADA. PELOS PROPRIETÁRIOS DESCAMISADOS, SEM PODER FINANCEIRO. PELO PODER LOCAL -QUE SE ESCUSA A MOVER UMA PALHA PARA ALTERAR ESTE "STATUS QUO". E CENTRAL, PELA FALTA DE CORAGEM EM LEGISLAR UM VERDADEIRO CÓDIGO DE ARRENDAMENTO URBANO QUE SALVE AS CIDADES DESTA MISÉRIA QUE MOSTRO AQUI.

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE ATÉ AMANHÃ "TI MANEL")




Sandokan deixou um novo comentário na sua mensagem "ATÉ AMANHÃ "TI MANEL"":

Certamente que o caminho para a felicidade não é fácil de encontrar. Porém, há uma frase célebre de Aristóteles com a qual eu concordo plenamente: "A felicidade é feita por nós próprios". Assim, se desejamos encontrar a felicidade, nós é que temos de construí-la, tentando criar um mundo (interior e exterior) que nos satisfaça mais verdadeiramente. É importante estarmos em harmonia connosco próprios, fazermos aquilo que gostamos, que realmente nos faz sentirmo-nos bem (como por exemplo: ouvir música, ler ou apenas relaxar), nem que seja, apenas, uma hora por dia, bem como estarmos rodeados de pessoas que nos confortam, que nos dão carinho e uma palavra amiga e tentarmos, ao máximo, fugir de ambientes que nos deprimem e nos stressam. Mas, não podemos estar passivamente à espera que a felicidade venha até nós ou que alguém a traga simplesmente. A receita para a felicidade é simples, nós é que a complicamos... É importante lutarmos pela nossa felicidade, mas, igualmente, pela dos outros, uma vez que da deles depende a nossa. Por isso, se não custa, assim, tanto ser felizes do que é que estamos à espera?! É que a vida é demasiado curta para sermos preguiçosos...

Conhecia esse bom homem. Que Deus o guarde com o seu imenso amor.

Um abraço!