sábado, 28 de fevereiro de 2009

AUGUSTO LUSO: UM PINTOR DE COIMBRA




(DUAS OBRAS SAÍDAS DA CRIAÇÃO DE AUGUSTO LUSO)

Certamente, muitos de vós, há uns tempos atrás, já o viram a pintar nas ruas da Calçada. Refiro-me a um artista plástico de seu nome de baptismo José Martha Aragão. No meio das pinceladas, entre o abstracto e o impressionista, é simplesmente conhecido como o Augusto Luso. É assim que assina as suas obras.
Falar do Augusto Luso não é fácil para mim. Começarei pelas coisas boas: é um bom homem. Educado, de trato simples, nota-se a sua elevada cultura. Filho de gente com tradição em Coimbra, frequentou as melhores escolas, como por exemplo o Liceu Camões, em Lisboa. Licenciou-se em Direito, em 1972, na Faculdade Clássica de Lisboa. Exerceu durante 12 anos. Abandonou a jurisprudência, a arte do bom e do equitativo, em 1985. Andou por Viena (Áustria), pintou em Monteparnasse (França), onde frequentou os velhos cafés da capital parisiense.
Voltou a Coimbra, onde não foi feliz com o amor. Por vezes, vá-se lá saber porquê, a vida é madrasta. Como Karma imanente, colado ao corpo como alma, que não se escolheu como companhia, por vezes, sem que se queira, somos empurrados para o abismo. Seja por que tenhamos de pagar erros de outros antepassados ou não, a verdade, é que o destino, como se fosse injusto e nos quisesse permanentemente pregar partidas, abre-se-nos à frente como única alternativa possível.
Aos 63 anos de idade, Augusto Luso, o mestre das artes plásticas, das pinceladas multicolores da vida, que faz o que quer da criação artística, como troca-tintas da vida, não consegue acertar nos carris do futuro. Mas o Augusto é um homem de fé, e, por entre dois dedos de conversa, lá vem: “se Deus quiser, tudo vai correr bem. O Criador, na sua omnipotência, vela por mim. Ele sabe que eu, para além de me esforçar, sou um homem bom”.

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