sábado, 6 de dezembro de 2008

PILHA-GALINHAS





“BAIXA: ARTISTAS PLÁSTICOS DETIDOS PELA PSP”

“Um homem (de 43 anos) e uma mulher (42), ambos naturais e residentes em Coimbra, e artistas plásticos de profissão, foram detidos na quinta-feira, no âmbito de um inquérito em investigação desde Março do corrente ano, onde havia indícios de tráfico de estupefacientes na zona da Baixa, com mais incidência na Praça do comércio “.
(…) “a PSP encetou buscas na residência dos suspeitos. Ambos acabaram detidos” .
“Durante a operação, a PSP apreendeu 100euros em dinheiro, uma quantidade de haxixe que equivale a 160 doses, 0,52 gramas de liamba (equivalente a 34 doses), um telemóvel 1-Nokia 663, uma balança de precisão e uma faca de corte” –In Diário as Beiras de hoje.

Defender uma tese é sempre difícil, muito mais quando essa tese visa demonstrar que um pequeno ilícito, no meio de milhões, pode pretender apenas chamar a atenção para o acessório e distrair o verdadeiramente essencial.
Mais ainda quando se diz que todo o grande crime começa na prevenção da pequena criminalidade. Mas, quanto a mim, nesta intervenção da PSP, há qualquer coisa que não bate certo. Admito perfeitamente que a minha argumentação seja de tal maneira despicienda que, provavelmente, nem deveria perder tempo com ela. Mas, mesmo assim, vou em frente.
Já para não falar no título do PÚBLICO de hoje: “Fraude fiscal de 4,5 milhões acaba em fundo de empresa de Dias Loureiro e Jorge Coelho”, lembremo-nos apenas dos imensos assaltos semanais aqui na Baixa a estabelecimentos, durante a noite. Recordemos o assalto de ontem à Tabacaria da Lena, na Rua dos Oleiros, em que foram roubados mil e tal euros em tabaco e mais de duzentos euros de moedas. Lembremo-nos que há cerca de um ano fui assaltado e me foram subtraídos mais de trinta relógios de pulso antigos, em valor aproximado de 3000 euros. Este processo foi arquivado e os dois assaltos subsequentes em que foram também roubados diversos artigos, seguirão o mesmo caminho. E não se pense que é por falta de provas, nada disso! No primeiro caso, havia impressões digitais, no segundo, havia marcas de sangue do assaltante, cujos exames de ADN não foram feitos…porque custavam 1000 euros, e até foi descoberto um suspeito. No terceiro, havia uma foto, ainda que distorcida, que nem sequer interesse despertou aos agentes da PSP.
É perante estas distorções que eu não tenho dúvidas que este caso relatado nas Beiras é apenas “para mostrar serviço “. Como diz o povo, vulgarmente, prender o “pilha-galinhas”. Reitero, mais uma vez, que é importante prevenir a pequena criminalidade, mas, como a atirar areia para os olhos de quem por aqui anda, não se pode confundir a erva-daninha com a grande árvore podre que contamina e infesta a floresta.

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