segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

FOI APROVADA A VIDEOVIGILÂNCIA



Segundo a TVI, “finalmente, foram aprovadas 12 câmaras de videovigilância para a cidade de Coimbra, que começarão a funcionar a partir do próximo mês de Janeiro”. Como se subentende esta aprovação foi consignada pela Comissão Nacional de Protecção de Dados. Segundo o Rádio Clube de Coimbra irão funcionar das 20 às 8 horas. Ou seja, funcionarão apenas durante a noite.
Lembro que inicialmente foram aprovadas 17 câmaras para a Alta e para a Baixa da cidade pelo executivo municipal de Coimbra.
Contra o parecer do “camarada” Gouveia Monteiro, aquando da aprovação em sessão do Executivo Municipal, em 31 de Março de 2008, que na altura afirmou: “trata-se de uma ideia que não tem a minha simpatia. Esta instalação deve-se à pressão exercida pelos comerciantes da Baixa”. O “barão vermelho” logo poderia ter formalizado a que comerciantes se referia –seria a todos? Por outro lado, também nessa altura, ficámos a saber que o seu amigo edil de Almedina afinal era permeável. Engraçado, e nós comerciantes da Baixa a pensar que o homem é frio como o gelo que está na Praça Velha.
Também, na altura, João Silva, ex-vereador do PS no mandato de Manuel Machado, em 20 de Dezembro do ano passado, no Diário de Coimbra, desancava Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, acerca deste ter intenção de aplicar na Baixa o sistema de videovigilância. Argumentava o “Pacheco Pereira” do partido Socialista na cidade dos estudantes que o perfeito da Praça 8 de Maio, com esta demanda, “se associou a uma campanha de insegurança psicológica –que abalou fortemente a actividade comercial da Baixa”.
Com um discurso tão parecido, entre vereadores do PS e PCP, é caso para perguntar porque será que a esquerda tem tanto medo da videovigilância? No limite até se poderia interrogar: se não gostam das câmaras o que fizeram para pugnar pela segurança física dos comerciantes, nomeadamente reivindicando protecção da Polícia de Segurança Pública? Eu respondo: nada! Para estes senhores –que diga-se a favor da verdade são elementos inseridos na dita “esquerda”, mas não representam a facção no seu todo, embora se saiba que, infelizmente, esta é a posição ideológica da esquerda radical e “light”- vale mais a total liberdade individual do que os haveres de quem trabalha. É que, no fundo, nas suas cabeças, os comerciantes, metaforicamente, ainda continuam a representar o “grande Capital”, mesmo que estejam mais “lisos” que qualquer indigente que “trabalha” nas ruas da cidade.
Mas, já agora, a talhe de foice, o que representam estas 12 câmaras de videovigilância para o comércio da Baixa, na opinião de um comerciante?
Pouco, muito pouco ou nada! Esta medida securitária não passa de atirar areia para os olhos dos profissionais de comércio. Não vai remediar absolutamente nada. Vamos fazer um pequeno exercício de retórica: imagine que você e eu somos ladrões (já agora de classe) e queremos dar um bom golpe –é óbvio que não vou contar aqui o plano, isso é connosco. Ora, se sabemos onde estão colocadas as câmaras o que teremos de fazer primeiro? Isso mesmo. Eliminá-las, ou então, logicamente, iremos encapuzados.
Continuando a falar no lugar de um comerciante, ainda lhe digo mais: este sistema só será parcialmente aproveitável –na prevenção e jamais na eficácia- se tiver agentes a vigiar continuamente os ecrãs. Se assim não for, e se o objectivo é gravar as ocorrências, ficamos na mesma. Só se vai actuar depois do facto consumado.
Uma coisa tenho a certeza, contra a insegurança devemos agarrar todos os meios ao nosso alcance. Porém, não pense o poder político, de esquerda ou de direita, que com este rebuçado (provavelmente envenenado) vai calar os protestos de quem se considera vilipendiado e ofendido, naquilo que é o mais sagrado fruto do seu trabalho. Se pensam que com esta artimanha vão dispensar o polícia de giro nocturno tirem o cavalinho da chuva.
Se me perguntar se esta aprovação constitui uma vitória perante a insegurança nocturna da Baixa, dir-lhe-ei que é uma vitória…mas de Pirro (se é vitória, foi obtida por um alto preço para os comerciantes, com demasiados assaltos contra o património). A ver vamos…como diz o cego.

1 comentário:

Anónimo disse...

Aguentemo-nos...