quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

E A GRÉCIA AQUI TÃO PERTO


(FOTO DO "PÚBLICO")

O que se está a passar na Grécia deveria fazer pensar todos os membros da União Europeia e muito em particular o nosso país. Segundo o Jornal Público de hoje, em que na capital, Atenas, para além de pilhagens, foram destruídos 49 edifícios de escritórios, 47 lojas, 14 sucursais de bancos e 20 carros. Nas últimas horas o presidente da Câmara de Atenas já veio anunciar que tinham sido destruídas entre 360 a 370 lojas. “Os tumultos foram desencadeados pela morte de Grigoropoulos (um jovem de 15 anos atingido no sábado mortalmente pela polícia, depois do adolescente, num grupo de mais de 30, ter atacado o carro das forças da ordem), mas têm a sua origem no desemprego, que é de 8 por cento e tende a aumentar, na inflação elevada, na corrupção ou na falta de perspectivas para os mais jovens”.
Continuando a citar o jornal, “a violência alastrou a várias cidades (gregas). (…) líderes políticos e sindicais (…) acusaram o Governo de ter promovido reformas que pioram as condições de vida para “um quinto dos gregos que vive na pobreza”.
“Os quatro dias de violentos motins nas maiores cidades da Grécia, (…) expõem a nu as fragilidades de um país plenamente integrado na União Europeia que vive assolado pela falta de perspectivas de futuro entre os jovens. (…) Sinalizam a profunda tensão social no país onde um em cada cinco trabalhadores vive abaixo da linha de pobreza, de acordo com as estatísticas governamentais. À sensação de cerco generalizado nos jovens –insegurança económica, desemprego, baixos salários- acresce uma profunda desilusão em relação à política de privatizações e à reforma do sistema de pensões seguida pelo governo (…) “
“Entre uns e outros, milhares de jovens têm destilado a sua raiva nas principais cidades gregas. (…) “porque não toleramos mais este governo (…) temos 25 anos, terminámos os estudos, não temos dinheiro e só nos resta partir para o estrangeiro”, afirmou uma recém-licenciada em Sociologia de 25 anos. Porque “há toda uma geração que vê os seus pais endividados até aos dentes e que sente que o futuro não lhes vai trazer nada de bom”, explicou ao “Guardian” Christos Mazanitis, um jornalista de Atenas. “Estes motins são sobre o medo e o desespero”, concluiu o jornalista.
Continuando a citar o Jornal Público, “Theo Livanios, um analista do Instituto de sondagens Opinion, considera que (…) há uma explosão de cólera da juventude contra a polícia que, tal como o Estado, não é vista como uma instituição que trabalha para o bem comum “.
(…) “a falta de investimento em sectores chave como a educação ou a saúde, a degradação dos subúrbios e o autismo de um poder que “não percebe os verdadeiros problemas das pessoas”, como se apressou a sublinhar George Papandreau, o líder do Pasok, o maior partido da oposição”.
“Thomas Siozos, à frente da sua loja vandalizada, disse à Reuters: “tenho 73 anos e nunca vi nada assim. A morte do rapaz foi uma desculpa. O Governo não pode cuidar apenas dos ricos”.

1 comentário:

Anónimo disse...

A esta Europa dos ricos, irá juntar-se mais um acontecimento... os 27 já acordaram em relançar novamente o referendo na Irlanda para fazer aprovar o tratado de Lisboa. Viva a Europa neo liberal... VIVA!
João