segunda-feira, 22 de setembro de 2008

SCRIBÈRE-DEPENDENTE



Ainda não tinha dito,
tenho de confessar,
mesmo que não pareça,
sou um pobre de um adicto,
que gosta de “escrevinhar”,
faça sol ou anoiteça,
agora sabem: tenho dito;
Vocês não sabem o que sinto,
nem a dor que é sofrer,
o que faço para conseguir,
passar um dia sem escrever,
faço tudo para fugir,
mas é um desejo cruel saber
que não “me safo”, nem a dormir;
Às vezes estou a sonhar,
que sou um grande escritor,
estou sentado num altar,
a meu lado está o censor,
dedo em riste, com lápis a cortar
o meu poema de amor,
grito em vão, não consigo acordar;
Se estou a ler, penso em escrever,
se olho o mar imagino um tema,
se “estou na lua”, nem quero saber,
sou um ovo, onde o que conta é a gema,
escrever, é a minha vida, o sol do meu viver,
quero lá saber se chove, as letras são o meu lema,
vou mas é terminar isto, que está chato, mas foi sem querer!

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