sábado, 19 de julho de 2008

QUATRO TÁBUAS ENCANTADAS



Qualquer dia, na hora de eu partir,
olhando o céu, começo a analisar,
nas estrelas vejo o tempo que gastei,
certamente, em gargalhada, vou rir,
como fui louco e não soube parar;
Uma grande parte passei a trabalhar,
tanto tempo que estive a dormir,
outra parte, só, sempre embrenhado,
preocupado no jeito de planear,
o tempo e a forma de na vida subir;
As viagens que eu sonhei,
foram ficando para trás,
perdidas, enterradas no passado,
as imagens que idealizei,
nunca concretizei, não fui capaz;
Corri mundo por um tostão,
por um cêntimo discuti,
quase andei à pancada,
teimoso, nunca admiti,
só eu queria ter razão;
Construi mundos e fundos,
na obsessão pelo ter,
vou partir desta sem nada,
com um sentimento profundo,
de que não soube viver;
Das casas que construi,
todas jazem abandonadas,
já ninguém lembra os suores,
os cansaços que eu engoli,
tanto esforço para nada;
Se pudesse voltar atrás, então,
desde os tempos de menino,
faria como o meu cão,
come e dorme, nada faz,
é tão feliz o canino!

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