quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

UM CAFÉ

Quando me levanto corro para ti…café,
no carro, anseio em tomar-te, o que não farei por ti,
interrogo-me, eu ateu –serás o meu Deus?- serás a minha fé?
Antes de trabalhar, preciso que entres dentro de mim,
estarei viciado? Quero beijar-te, quero sugar-te…café;
Quando vem a minha amada, ficas no meio dos dois,
não sei se és invasor ou um laço de união,
se me acalmas, se me excitas ou, pelo contrário, pois,
sinto que me controlas, pareço uma marioneta, um peão;
Serás uma droga, um analgésico, um efeito placebo…café?
Depois de te lamber até à última gota, sinto-me um guerreiro,
capaz de realizar os maiores feitos heróicos, chorar até,
ajudar uma velhinha, na passadeira, e ao cego dar um dinheiro;
Depois de um bom repasto chamo por ti…café,
como se fosses o meu regulador, o meu digestivo,
a minha esperança, a bóia de salvação, sempre em pé,
a minha reflexão, o meu espírito sempre competitivo;
Antes de me deitar, com a minha amada, chamo-te…café,
retornas para o meio de nós como se fosses a nossa alma,
acariciamo-nos, gritamos, com a tua envolvência, fazemos banzé,
és um afrodisíaco, um estimulante, e a nossa desejada calma.

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