segunda-feira, 24 de setembro de 2007

"MAMÃ...ESTES HOMENS SÃO UNS PARVOS!"

“Somos três mulheres quarentonas, uma casada, uma divorciada e outra ainda solteira. Trabalhamos num serviço público, ali na zona centro, do país. Por brincadeira, resolvemos inscrevermo-nos, cada uma com seu nique, num chat de encontros amorosos. Desde cedo, começámos a notar uma grande afluência de homens, pedindo para falarem connosco. Quando atendíamos, talvez em mais de 90% destes homo sapiens, era sempre: “olá…queres ir para a cama comigo?”. No princípio ficámos sem reacção. Como era possível que uma tão grande maioria do género masculino fosse tão abstruso? Que diabo, se ao menos começassem por ter uma conversa decente, como gente normal e, depois, no seguimento da conversa, pudessem descambar para o sexo, nem nos escandalizaria tanto. Afinal nós sabemos como são os homens; parecem ter uma vagina na cabeça de cima e um pénis na de baixo, que sem “cabeça”, atira em todas as direcções, desde que seja mulher . Mas sempre acreditámos que haveria, por parte destes alguma sensibilidade. Que diabo, quem pensam eles que somos? Algumas prostitutas de esquina? Claro que lhes poderíamos dizer que enganar uma mulher é a coisa mais fácil do mundo, desde que nos conquistem. Se derrubarem a porta do coração, se conquistarem a nossa alma, recebem um prémio suplementar, ou seja, dois em um: tomam a nossa alma, e como prémio, recebem o nosso corpo. Mas eles não sabem. Escravos da sua líbido, fazem o contrário primeiro querem o corpo e só depois vão à alma. Mas, porque estou eu aqui a lamentar-me? Nem vale a pena. É perda de tempo. Vamos mas é à história.
Como a lenga-lenga era sempre a mesma começámos a idealizar a melhor forma de retirarmos gozo disto. Afinal o que nos movia, às três, era apenas a brincadeira pura e simples. Uma estava bem casada, outra muito bem divorciada e outra ainda, voluntariamente, solteira por opção. Vai daí, combinámos as três, sempre que nos caísse um engatatão destes, e que entrasse a matar, responderíamos na mesma forma.
Começámos por comprar um número de telemóvel apenas para aquele efeito. Sempre que nos calhasse em sorte um destes malacuecos, haveríamos de os fazer pagar bem caro a ousadia de nos considerarem de “fáceis”. Sim pagar, mas a dinheiro, em chamadas de telemóveis. Em brincadeira, inventámos um novo serviço de chamada, não de valor acrescentado, mas a custo normal. Estes homens que não se preocupassem que cada gemido fingido nosso seria bem pago à operadora do telefone móvel. Então era só pedir-lhes para eles ligarem para o número indicado. E, naturalmente, como sedento vai ao pote da água, eles ligavam.
Os diálogos seriam sempre partilhadas pelas três. Ou seja, tornámos isto num quadriálogo. Durante a mesma conversa íamos trocando. Para nossa surpresa os mastronsos nunca notaram que estavam a falar, durante a mesma conversa, com três mulheres diferentes e com vozes de timbre completamente desigual.
A história repete-se imensas vezes. O recalcado sexual liga para o chat, lá vem o convite, e nós pimba: ele diz “mata”, a gente “esfola”. É só pedir-lhe para ele ligar para o número tal, e aí temos nós divertimento à fartazana, como quem diz, riso a cair para o lado. Já tem acontecido a impossibilidade de conter o nosso gozo hilariante e os risos serem audíveis e nem assim eles se apercebem.
Às vezes chegam a estar uma hora a falar. E nós, como perdidas, partimo-nos todas a rir. Por exemplo, temos um “cliente” do norte que, há cerca de um ano, nos liga todos os dias, quatro e cinco vezes . De vez em quando fala de nos encontrarmos, mas, evidentemente que para nós ainda não é possível. Arranjamos sempre uma desculpa. Depois, se ele é do norte nós somos do Algarve, se ele é do sul, nós somos do norte.
Como nós temos três niques diferentes, já aconteceu marcarmos encontro com o mesmo homem, no mesmo dia, em horas diferenciadas. E no mesmo local. Para o gozo ser completo, ele terá de vir de muito longe, quanto mais longe melhor. Algumas vezes, sem que ele saiba , estamos as três a observá-lo. A medir a sua ansiedade. Vamos intervalando com umas mensagens e o desgraçado espera...e desespera.
Já aconteceu aparecermos as três juntas ao encontro . Os apaniguados nem sabem onde se meter. Deveriam ficar agradecidos pela grande lição, mas nós sabemos que continuarão a fazer igual. É pena não é? E às vezes até nem são maus de todo. Mas que mulher pode aproveitar um mostrengo destes?
Ai mamã…bem tinhas razão quando, em criança, me avisavas que os homens não são confiáveis e prestam para muito pouco…”

(HISTÓRIA VERÍDICA)

1 comentário:

Andrea Domingos disse...

Simplesmente adorei a história..mas a realidade é essa os homens lidam com as mulheres nesses chates como se fossemos " protitutas"...e provavelmente a maioria está neles para conversar ...para partilhar.

Continua Luis.